Integrando Terapias

A Deusa Terapeuta - Arte: Henrique Vieira Filho

Integrando Terapias

Neste Artigo, Henrique Vieira Filho exemplifica como integrar as mais diversas técnicas terapêuticas distintas (acupuntura, psicanálise, terapia floral, shiatsu, dentre outras…) criando um ambiente lúdico, eficiente e motivacional em consultório, para melhor atender os Clientes em suas buscas por equilíbrio, qualidade de vida e autoconhecimento.

Na abordagem da Terapia Holística, os aspectos físicos, psíquicos, sociais e transpessoais são inseparáveis e trabalhados de forma simultânea.

É essencial a todo Profissional propiciar aos seus Clientes um leque de técnicas terapêuticas distintas, integrando-as de forma harmoniosa, ora somando, ora alternando, adaptando-se a cada momento da pessoa atendida.

E, tudo isso, eficazmente praticado no limite da famosa “hora de 45 minutos”, a cada semana!

Na medicina, a formação é “generalista” e, só após, o indivíduo parte em busca de especializações, focando em um limite de duas técnicas.

De forma oposta, o Terapeuta inicia focado em uma única linha terapêutica e, ao amadurecer, parte em busca de nossos recursos, somando mais e mais técnicas, sendo este o perfil majoritário de quem se identifica como Holístico.

De certo, não basta somar, tresloucadamente, uma infinidade de técnicas: há de integrar de forma harmoniosa, coerente e sempre em equilíbrio quanto ao que o Cliente necessita e o que está preparado a receber, naquele exato momento.

Quem procura um Terapeuta Holístico anseia por um atendimento absolutamente diferente da abordagem “médica”, pois isto já o tem, seja via planos de saúde ou particular.

Saber OUVIR ao Cliente, de corpo e alma, de forma GENUINAMENTE interessada (interesse “simulado” não convence…), ou seja, com EMPATIA (que é distinta da ingênua “simpatia”…) tem que ser contínuo, desde o primeiro minuto de sessão, até o final.

Para tal, o básico a aplicar são as técnicas de ACONSELHAMENTO (que é radicalmente diferente de “dar conselhos”…), evoluindo, sempre que detectar-se a receptividade, para Psicoterapia Holística (teceremos mais detalhes adiante).

Eficazes e desejadas pelo público, as técnicas de “equilíbrio energético” podem ser aplicadas conjuntamente à “terapia pela fala” (do Cliente, não do Profissional, pois este tem o dever de mais ouvir, do que falar…).

Variantes do que o leigo e a imprensa chamam de “Acupuntura” são boas medidas, pois a avaliação do desequilíbrio pode ser obtida de forma simples e rápida, seja via Pulsologia de Nogier (método mais prático do que sua versão ancestral chinesa…) ou sensibilidade ao toque nos Pontos de Alarmes (localizados nos caminhos de energia conhecidos como “meridianos”).

A ativação dos pontos energéticos podem ser via agulhas (muitos Clientes são tradicionalistas…), toque (igualmente eficiente…), luzes, apliques de metais ou fitoterápicos, enfim, basta escolher aquele que obtiver melhor aceitação ao momento.

Os dados obtidos, tanto durante a conversação, quanto via análise energética, já possibilitam a seleção e recomendação de recursos terapêuticos que atuam além do tempo de sessão, tais como Fitoterapia (na forma de chás…) e essências sutis, como os populares Florais de Bach.

Note a INTEGRAÇÃO, pois inexiste “separação” entre a terapia verbal, o atendimento via pontos de equilíbrio, a Fitoterapia e a Terapia Floral, tudo fluindo em continuidade, onde o que se obtém em uma técnica, já antecipa o necessário à outra.

Usualmente, metade do tempo de sessão terá sido suficiente para aplicar tudo que descrevemos até aqui. Ou seja, ainda há minutos eficientes para investir no que é FUNDAMENTAL à Terapia Holística: a otimização da Qualidade de Vida via Autoconhecimento!

Ou seja, retomamos, aqui, a Psicoterapia Holística, a qual transita, conciliando, desde a clássica Psicanálise Freudiana, abraçando, com paixão, a linha Junguiana, abrindo espaço para o caminho corporal de Reich e Bioenergética, ousando incluir o Transpessoal e a Arteterapia, como igualmente mantemos abertos para as comportamentalistas PNL (Programação Neurolinguística) e Hipnose.

Esta é a etapa mais complexa, tanto no tocante ao aprendizado e estudos, quanto na execução prática, cujos resultados constituem o principal fator motivacional ao Cliente para a continuidade semanal da Terapia!

Muitas vezes, inicio esta etapa ainda no divã, que, na verdade, é uma cadeira shiatsu (uma boa alternativa a Clientes que não estão abertos ao toque direto…), auxiliado por músicas, aromas relaxantes e “comandos” verbais relaxantes (adaptados a cada momento da pessoa atendida…).

Uma vez tendo aplacado o racional e aberto caminho para o espontâneo, o imaginativo, costumo focar em uma pauta que esteja em evidência no momento, como por exemplo, um sonho que se tenha recordado… um desconforto corporal… um acontecimento… uma imagem…, enfim, um ponto de partida para a criação de uma história “imaginada”, um exercício de imaginação que, sendo bem conduzido, desperta emoções, lembranças e “insights”, que são auto-descobertas que surgem como que de pronto, onde infindáveis informações, conclusões emergem, de uma só vez, condensados em um “lampejo” de consciência.

As catarses emocionais, não raro, explodem em choros, risos, acessos de raiva, tudo em ambiente seguro, sigiloso e amparado de consultório.

Muitas vezes, os “insigths” ocupam muitas novas sessões para serem assimilados e compreendidos. É um processo de autodescoberta gradativo e fascinante!

Para aqueles mais receptivos ao toque direto, um caminho eficaz é associar as manobras corporais orientais e milenares (shiatsu, anma, tuiná, abhyanga, etc…) , com a percepção ocidental e moderna da terapia reichiana e bioenergética, na qual o toque manual aciona lembranças dormentes e emoções reprimidas, as quais, uma vez afloradas via catarses, abrem a possibilidade para serem compreendidas e assimiladas.

Outros indivíduos, com maior sensibilidade artística, aplico exercícios de imaginação ativa, associações de ideias (espontâneas ou direcionadas…) tendo como base: pinturas, fotografias, esculturas, fantasias e cenários, que espelham e ampliam as emoções e lembranças, as quais, sob este ambiente lúdico e criativo, passam por menor interferência dos pensamentos racionais.

Cada Cliente, cada atendimento, é um caso à parte e seremos Terapeutas melhor sucedidos ao dispormos de um variado leque de técnicas.

Quando bem INTEGRADAS, as mais variadas técnicas fluem naturalmente, de uma à outra, sem perda de fio de meada, mantendo viva a motivação para a continuidade da Terapia, propiciando a cada Cliente uma EXPERIÊNCIA de vida, a cada sessão.

É bem o ditado em que o resultado é bem mais amplo do que a simples soma das partes!

Mais Dez Técnicas Complementares Aprovadas No SUS

Justiça vs Terapias
Justiça vs Terapias – A Reserva de Mercado Determinada Via Judicial, Portarias e Decretos

Mais Dez Técnicas (“complementares”…) da NOSSA Profissão Aprovadas No SUS

O Povo Pediu Pão, O Governo Ofereceu Brioches…
Só Que Estão Sem Ingredientes E Ninguém Sabe Cozinhar…

Jamais subestime a capacidade de nossos governantes em desagradar gregos e troianos ao mesmo tempo…

Deveria ser uma ótima notícia para todos nós, Terapeutas: nesta semana, o Ministério da Saúde, em um congresso sobre a NOSSA Profissão, anunciou que mais outras dez técnicas NOSSAS foram incorporadas ao SUS: Apiterapia, Aromaterapia, Bioenergética, Constelação familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Imposição de mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais.

Claro, há todo um lado óbvio e positivo nisto; afinal, em tese, é um “reconhecimento” de que sempre estivemos certos em abraçar as técnicas holísticas, tão perseguidas na história.

Vamos, agora, ao lado “negativo”…

Primeiro, foi “escolhido” um péssimo momento… Afinal, anunciar um “gasto público extra” em plena crise econômica e perante um verdadeiro caos no serviço público de saúde, onde falta quase tudo, só poderia causar revolta e desaprovação social.

Esse referido congresso (1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública – INTERCONGREPICS) foi composto tão somente por… MÉDICOS e POLÍTICOS, além de convidados internacionais da OMS – Organização Mundial da Saúde (também médicos e políticos…).

Pasme: NENHUM Terapeuta “não-médico” BRASILEIRO pode fazer parte, nem dos estudos, nem dos textos, nem das conclusões… Por sinal, isto não é nenhuma novidade… Sempre foi assim! Apenas a partir de 1992, com a fundação do CRT e do SINTE é que as coisas começaram a mudar e, pelo visto, regrediram novamente, nos últimos governos.

Todos bem recordam que, faz cerca de 20 anos, o CRT – Conselho de Auto Regulamentação da Terapia Holística recrutou equipes de voluntários, por todo o Brasil, para a chamada “Residência Em Terapia Holística No Serviço Pùblico de Saúde”. Mediante leis e decretos municipais, sem nenhum custo aos cofres públicos, nossos Credenciados atenderam GRATUITAMENTE a população carente e com enorme sucesso.

As repercussões nos meios de comunicação foram excelentes, com todos os grandes veículos da imprensa televisiva e escrita elogiando.

Perante o inegável sucesso da empreitada, a classe política tratou de “pegar carona” e, tardiamente, em 2006, iniciou a implantação de NOSSAS técnicas junto ao SUS…

Entra ano, sai ano, criam novas Portarias, muitas vezes só “cosméticas” (alterando termos, códigos, trocando “seis por meia-dúzia”…), enquanto que, em outras vezes, algo de bom é estabelecido.

Outrossim, um parâmetro não mudou: as NOSSAS técnicas, majoritariamente, serão exercidas no SUS tão somente por OUTRAS profissões que nunca estudaram para tal!

Em tese, das 29 técnicas “complementares” aceitas pelo SUS, os profissionais que REALMENTE as estudaram e praticam (NÓS…), em apenas algumas poucas, existe a possibilidade legal de sermos aceitos, pois, TODAS são focadas nos “mesmos de sempre”: médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, educadores físicos e as demais profissões “chapas brancas”.

Por exemplo: sou Artista Plástico e Arteterapeuta, mas… não seria aceito pelo SUS para exercer… Arteterapia!! Sou também Educador Físico (CREF…) e, ironicamente, com esse título, poderia ser mais facilmente contratado, ainda que, JAMAIS tenha sido estudada Arteterapia nos cursos de Educação Física!

Na prática, nestes DOZE ANOS em que o Ministério da Saúde encampou nossas técnicas, nunca foi aberto nenhum concurso público para contratação de colegas da NOSSA Profissão. Simplesmente TODOS os cargos com NOSSAS técnicas são preenchidos com os profissionais “de sempre” do SUS…

Claro, alguns poucos colegas conseguiram vencer esta barreira… Contam-se nos dedos das mãos os que foram contratados, em todo o Brasil… Tais exceções, confirmam a “regra”…

No início deste artigo, ressaltei essa capacidade ímpar do governo em desagradar a todos… Quem mais reclamou do andamento? Ora, simplesmente a profissão mais favorecida por todas estas portarias: o Conselho de Medicina protestou que não adianta implantar, por exemplo, “Terapia Floral”, pois os médicos são PROIBIDOS de exercer esta técnica… Também não adianta sequer cogitar em adquirir “kits de essências”, sendo que medicamentos básicos estão em falta no SUS.

Lembrando ainda que os enfermeiros tiverem recente derrota judicial que os impede de montar consultórios, bem como farmacêuticos, que ora são impedidos de exercer, por exemplo, Acupuntura, ora são liberados e o mesmo acontecendo com os psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, TODOS em disputas judiciais com o Conselho de Medicina, quanto a quais técnicas podem ou não exercer…

Enfim, diante de tantos processos legais em busca de “reserva de mercado”, esquecem, inclusive, o lado ÉTICO e TÉCNICO: como nunca estudaram NOSSAS técnicas em seus cursos de formação, como é que pode, mediante simples “canetadas”, se tornarem aptos a exercer as “complementares” no SUS?!…

O Ministério da Saúde se propõe a ofertar “brioches gastronômicos”, mas, não tem nem os ingredientes, nem os “chefs” que saibam preparar tais receitas…

E, se pesquisarem nos milhares e milhares de comentários nas reportagens sobre esta pauta, verão que o mais inconformado e contrariado é… o POVO!

É nítido que estão pedindo “pão”, ou seja, o básico na saúde pública: querem mais médicos, mais hospitais, mais exames, menos filas, mais medicamentos… E estão (muito…) revoltados com o que consideram uma “extravagância”, um “desperdício” de dinheiro público com o “alternativo”, sendo que nem do “oficial” o SUS dá conta…

Esta mesma revolta está acontecendo em Portugal (do povo e da IMPRENSA, inclusive…), onde os órgãos oficiais da educação daquele país aprovaram que passem a existir cursos reconhecidos em nossas técnicas…

Verdade seja dita: a Terapia Holística, na atual realidade, é apreciada e desfrutada por uma pequena parcela privilegiada da Sociedade.

Afinal, só quem já tem suas necessidades básicas (alimentação, moradia, emprego, acesso à medicina convencional…) satisfeitas é que pode se dar ao “luxo” de buscar qualidade de vida e autoconhecimento.

Ainda não será desta vez, que nossos deliciosos e gastronômicos “brioches” serão servidos à população em geral…

Mas, sem dúvida, foi dado mais um pequeno passo para que isso venha a acontecer… Algum dia…

Meus votos de ótimos atendimentos em seus consultórios (particulares…) para todos os colegas!

Henrique Vieira Filho
Terapeuta Holístico – CRT 21001